Encontro com o Oculto

A dedicação aos estudos das práticas esotéricas consolidou um profundo conhecimento e capacidade para falar sobre os fenômenos ocultos, tido como elemento característico de diversas religiões não cristãs remanescentes do paganismo.

Entre elas, por exemplo, há algumas variantes que defendem a incorporação de espíritos em seres humanos através da mediunidade.

Meu interesse por esta fenomenologia ocorreu desde cedo, quando tive contato com livros da biblioteca de meu pai, na época representante do antigo Círculo Esotérico da Comunhão do Pensamento, uma organização filosófica ocultista fundada nos Estados Unidos da América por Arthur Riedel.

Esse contato com o mundo subjetivo das crenças nos fenômenos sobrenaturais e com a filosofia das religiões despertou o interesse de conhecer mais e ir além do que diziam aqueles livros. Daí para a descoberta da Bíblia foi um pulo, mas apenas como fonte de conhecimento e não como livro de prática e fé.

Não tardou tornar-se possível a comparação do conteúdo bíblico com os textos do esoterismo, levando à concluir que as narrativas bíblicas ofereciam muito mais consistência e traziam maior satisfação interior do que os textos esotéricos fundamentados nos ensinos de mestres como Zoroastro, Buda, Helena Blavatsky e muitos outros.

Em 1980, fui um dos primeiros estudiosos a perceber o avanço no Brasil de um sistema de crenças denominadas Nova Era, que fundamentada em alguns princípios comuns às grandes religiões, inclusive o cristianismo, influenciou toda uma geração antes da passagem do milênio e continua a influenciar até hoje, com novas estratégias e novos ensinamentos das mesmas velhas práticas.

A Nova Era reúne uma diversidade de culturas, crenças, seitas, ciências e filosofias em um mesmo contexto e de maneira totalmente superficial, sem considerar as diferenças essenciais de cada uma, sendo, portanto igualmente observadas sob a mesma ótica.

Sobre o assunto, em 1990 é lançado o primeiro livro  sob o título Os perigos Ocultos da Nova Era, pioneiro no Brasil como estudo abrangente do fenômeno, tem em seu bojo a simbologia ocultista, que ensejou o lançamento de dois volumes à parte, unanimidade na preferência de estudiosos e sucesso absoluto junto aos leitores interessados no assunto.